10 de novembro de 2011

PROJETO MÚSICA NA ACADEMIA NITEROIENSE DE LETRAS

PROJETO MÚSICA NA ACADEMIA NITEROIENSE DE LETRAS




Sede Academia Niteroiense de Letras
(Pintura - Bico de Pena - Miguel Coelho)



PROJETO MÚSICA NA ACADEMIA


Aconteceu dia 09 de novembro de 2011, às 17 horas, outra edição do "Projeto Música na Academia" da Academia Niteroiense de Letras, Rua Visconde do Uruguai, 456 - Centro - Niterói - RJ - e desta vez foi em Homenagem ao centenário de Mário Lago, um talento múltiplo Apresentação: Lauro Gomes de Araújo - Participação: Integrantes do projeto Mesa de Botequim,realizado pela AABB/Niterói-RJ. O evento foi belíssimo, e muitas personalidades do mundo cultural fluminense estiveram presentes. Confira na fotos abaixo:



Mário Lago

Mário Lago, nasceu no Rio de Janeiro, 26 de novembro de 1911 — Rio de Janeiro, 30 de maio de 2002 foi um advogado, poeta, radialista, letrista e ator brasileiro.

Autor de sambas populares como "Ai, que saudades da Amélia" e "Atire a primeira pedra", ambos em parceria com Ataulfo Alves, fez-se popular entre as décadas de 40 e 50.

Filho do maestro Antônio Lago e de Francisca Maria Vicencia Croccia Lago, e neto do anarquista e flautista italiano Giuseppe Croccia, formou-se em Direito pela Universidade do Brasil, em 1933, tendo nesta época se tornado marxista. A opção pelas idéias comunistas fizeram com que fosse preso em sete ocasiões - 1932, 1941, 1946, 1949, 1952, 1964 e 1969.

Foi casado com Zeli, filha do militante comunista Henrique Cordeiro, que conhecera numa manifestação política, até a morte dela em 1997. O casal teve cinco filhos: Antônio Henrique, Graça Maria, Mário Lago Filho, Luiz Carlos (em homenagem ao líder comunista Luís Carlos Prestes) e Vanda.

Torcedor do Fluminense, chegou a declarar, na época do 1º rebaixamento do clube, que a virada de mesa em favor do tricolor carioca havia sido uma atitude vergonhosa de todos os responsáveis, envolvidos no esquema. Ele afirmava veementemente, que o time deveria ter voltado à divisão de elite do Campeonato Brasileiro no campo, e não no tapetão.

Carreira artística

Começou pela poesia, e teve seu primeiro poema publicado aos 15 anos. Formou-se em Ciências Jurídicas e Sociais na década de 30, na então Faculdade de Direito da Universidade do Rio de Janeiro, atual Faculdade Nacional de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde iniciou sua militância política no Centro Acadêmico Cândido de Oliveira, então fortemente influenciado pelo Partido Comunista Brasileiro. Durante a década de 1930, a então principal Faculdade de Direito da capital da República era um celeiro de arte aliada à política, onde estudaram Lago e seus contemporâneos Carlos Lacerda, Jorge Amado, Lamartine Babo entre outros.
Depois de formado, exerceu a profissão de advogado por apenas alguns meses.  Envolveu-se com o teatro de revista, escrevendo, compondo e atuando. Sua estréia como letrista de música popular foi com "Menina, eu sei de uma coisa", parceria com Custódio Mesquita, gravada em 1935 por Mário Reis. Três anos depois, Orlando Silva realizou a famosa gravação de "Nada além", da mesma dupla de autores.
Suas composições mais famosas são "Ai que saudades da Amélia", "Atire a primeira pedra", ambas em parceria com Ataulfo Alves; "É tão gostoso, seu moço", com Chocolate, "Número um", com Benedito Lacerda, o samba "Fracasso" e a marcha carnavalesca "Aurora", em parceria com Roberto Roberti, que ficou consagrada na interpretação de Carmen Miranda.
Em "Amélia", a descrição daquela mulher idealizada, ficou tão popular que "Amélia" tornou-se sinônimo de mulher submissa, resignada e dedicada aos trabalhos domésticos.
Na Rádio Nacional, Mário Lago foi ator e roteirista, escrevendo a radionovela "Presídio de Mulheres". Mas só ficou conhecido do grande público mais tarde, pela televisão, quando passou a atuar em novelas da Rede Globo, como "O Casarão", "Nina", "Brilhante", "Elas por Elas" e "Barriga de Aluguel", entre outras. Também atuou em peças de teatro e filmes, como "Terra em Transe", de Glauber Rocha.
Mário esteve na União Soviética, em 1957, a convite da Rádio Moscou, para participar da reestruturação do programa Conversando com o Brasil, do qual participavam artistas e intelectuais brasileiros. Mas os programas radiofônicos produzidos no Brasil, que Mário mostrou aos soviéticos, foram por eles qualificados de "burgueses" e "decadentes". A avaliação que Mário Lago fez da União Soviética também não foi das melhores. Ali, segundo ele, a produção cultural sofria pelo excesso de gravidade e autoritarismo. Apesar da decepção com a experiência soviética, Mário Lago jamais abandonou a militância política.
Em 1964, foi um dos nomes a encabeçar a lista dos que tiveram seus direitos políticos cassados pelo regime militar, e perdeu suas funções na Rádio Nacional.
Em 1989, ligou-se ao Partido dos Trabalhadores e atuou como âncora dos programas eleitorais do então candidato do partido, Luís Inácio Lula da Silva, à presidência da República, em 1998.

Autor dos livros Na Rolança do Tempo (1976), Bagaço de Beira-Estrada (1977) e Meia Porção de Sarapatel (1986), foi biografado em 1998 por Mônica Velloso na obra: Mário Lago: boêmia e política.
No carnaval de 2001, Mário Lago foi tema do desfile da escola de samba Acadêmicos de Santa Cruz.
Em dezembro de 2001, recebeu uma homenagem especial por sua carreira durante a entrega do Troféu Domingão do Faustão, que, no ano seguinte, ganharia o nome de Troféu Mário Lago, sendo anualmente concedido aos grandes nomes da teledramaturgia.
Em janeiro de 2002, o presidente da Câmara, Aécio Neves, foi à sua residência no Rio para lhe entregar, solenemente, a Ordem do Mérito Parlamentar. Na sua última entrevista ao Jornal do Brasil, Mário revelou que estava escrevendo sua própria biografia. Estava certo de que chegaria aos 100 anos, dizia Mário, "Fiz um acordo com o tempo. Nem ele me persegue, nem eu fujo dele".
Morreu no dia 30 de maio de 2002, aos noventa anos de idade, em sua casa, na Zona Sul do Rio de Janeiro, de enfisema pulmonar. Para o velório foi aberto o palco do Teatro João Caetano onde vivera importantes momentos de sua carreira de ator. Até o fim de sua vida manteve intensa atividade política e mesmo doente chegou a se engajar na campanha presidencial apoiando o então candidato Luís Inácio Lula da Silva. Por ter sido estudante do Colégio Pedro II da Unidade São Cristóvão, hoje em dia existe, em sua homenagem, dentro do colégio o Teatro Mário Lago, onde ali se faz apresentações do grupo de teatro do Colégio Pedro II da Unidade Engenho Novo.

Teledramaturgia
 2001 - O Clone - Dr. Molina (participação especial)
 2000 - Brava Gente - Eleutério
 1992/1999 - Você Decide (12 episódios)
 1999 - Força de um Desejo - Teodoro
 1998 - Pecado Capital - Amatto
 1998 - Torre de Babel - Padre (participação especial)
 1998 - Hilda Furacão - Olavo
 1996 - O Fim do Mundo - Frei Luiz
 1996 - Quem É Você?
 1995 - Explode Coração
 1995 - Engraçadinha, seus amores e seus pecados - Osmar
 1994 - Quatro por Quatro - Henrique Pessoa
 1993 - Agosto - Aniceto
 1992 - De Corpo e Alma - Veiga
 1992 - Despedida de Solteiro - Padre (participação especial)
 1991 - Vamp (participação especial)
 1990 - Barriga de Aluguel - Dr. Molina
 1989 - O Salvador da Pátria - Quinzote
 1988 - O pagador de promessas - Dom Germano
 1986 - Cambalacho - Antero Souza e Silva
 1986 - Roda de Fogo - Antônio Villar
 1985 - Grande Sertão: Veredas - Compadre Quelemem
 1985 - Tenda dos Milagres - Judge João Reis
 1985 - Um Sonho a Mais
 1985 - O tempo e o vento - Padre Lara
 1984 - Partido Alto
 1984 - Padre Cícero - Núncio Apostólico
 1983 - Guerra dos Sexos - juiz
 1983 - Louco Amor - Agenor Rocha
 1982 - Elas por Elas - Miguel Aranha
 1981 - Brilhante - Vítor Newman
 1981 - Baila Comigo - (participação especial)
 1980 - Plumas & Paetês - Cristiano
 1979 - Os Gigantes - Antônio Lucas
 1979 - Dancin' Days - Alberico Santos
 1977 - Nina - Galba
 1976 - O Casarão - Atílio Souza
 1975 - Pecado Capital - Perez
 1975 - Cuca Legal - Aureliano
 1975 - Escalada - Chico Dias
 1974 - O Espigão - Gabriel Martins
 1973 - Cavalo de Aço - Inácio
 1972 - Selva de Pedra - Sebastião
 1971 - Minha doce namorada - César
 1971 - Assim na Terra Como no Céu - Oliveira Ramos
 1970 - Verão Vermelho - Bruno
 1969 - A Ponte dos Suspiros - Foscari
 1969 - Rosa Rebelde - Barão de La Torre
 1968 - Passo dos Ventos - Dubois
 1968 - O homem proibido - Ali Abbor
 1967 - Presídio de Mulheres - Pierre (TV Tupi)
 1967 - A sombra de Rebeca - Tamura
 1966 - O Sheik de Agadir - Otto Von Lucker
 1963 - Nuvem de Fogo

Atuação no cinema
 1983 - Idolatrada
 1978 - O Velho Gregório
 1977 - Lá Menor
 1973 - Café na Cama
 1971 - São Bernardo
 1970 - Os Herdeiros
 1970 - Badalada dos Infiéis
 1969 - Pedro Diabo Ama Rosa Meia-Noite
 1969 - O Bravo Guerreiro
 1969 - Tempo de Violência
 1969 - Incrível, Fantástico, Extraordinário
 1968 - Desesperato
 1968 - A Vida Provisória
 1968 - Massacre no Supermercado
 1967 - Terra em Transe
 1967 - Na Mira do Assassino
 1966 - O Padre e a Moça
 1966 - Essa Gatinha é Minha
 1966 - Na Onda do Iê-iê-iê
 1966 - Cuidado, Espião Brasileiro em Ação
 1965 - História de um Crápula
 1962 - Assalto ao Trem Pagador
 1962 - Assassinato em Copacabana
 1959 - Mulheres, Cheguei!
 1957 - Papai Fanfarrão
 1953 - Balança Mas Não Cai
 1952 - Pecadora Imaculada
 1950 - A Sombra da Outra
 1949 - O Homem que Passa
 1948 - Uma Luz na Estrada
 1948 - Terra Violenta
 1947 - Asas do Brasil
 1947 - O Homem que Chutou a Consciência



Wanderlino Teixeira Netto
apresentando os trabalhos


Márcia Pessanha (Presidente Academia)
e Jorge Loretti (Vice-Presidente Academia)



Lauro Gomes de Araújo
Fez a apresentação do homenageado
o saudoso Mário Lago


O Integrante (Projeto Mesa de Botequim)  
Rocha, cantou a música
Nada Além, fez uma belíssima interpretação.


Nada além

Mário Lago e Custódio Mesquita

Nada além
Nada além de uma ilusão
Chega bem
E é demais para o meu coração
Acreditando em tudo que o amor
Mentindo sempre diz
E vou vivendo assim feliz
Na ilusão de ser feliz
Se o amor
Só nos causa sofrimento e dor
É melhor
Bem melhor a ilusão do amor
Eu não quero e não peço

Para o meu coração
Nada além de uma linda ilusão


 

Luís Pimentel - Escritor - 99 anos
esteve presente ao evento





O integrante Isaias
cantou a música
Rua sem sol

Rua Sem Sol

Mário Lago/ Henrique Gaudelman
Existe perdida,
Num canto qualquer da cidade,
Uma rua sem sol,
E sem felicidade,
Triste, de terra batida,
De gente mais triste e batida,
Pelos socos da vida,
Tão cruel de ganhar.
Na rua sem sol, ninguém ri,
Nem faz batucada,
E até a garotada,
Já esqueceu de brincar,
Quem passar vai pensar,
Que a vida parou,
E na rua sem sol,
Só fantasmas, a vida deixou.
Mas no alto da rua sem sol,
Há uma luz sempre acesa,
Luz que é sol na tristeza,
Dessas vidas sem sol.

É a esperança no sol,
Que amanhã há de vir !
Nesse dia de sol,
Essa rua sem sol,
Vai cantar... vai sorrir...!
 





Rocha - Cantor






Atire a Primeira Pedra

Mário Lago

Covarde sei que me podem chamar
Porque não calo no peito essa dor
Atire a primeira pedra, ai, ai, ai
Aquele que não sofreu por amor
Eu sei que vão censurar meu proceder
Eu sei, mulher
Que você mesma vai dizer
Que eu voltei pra me humilhar
É, mas não faz mal
Você pode até sorrir
Perdão foi feito pra gente pedir


 

O integrante Osvaldo
cantou a música
Mentirosa

Mentirosa

Mário Lago e Custódio Mesquita

Gosto
confesso que gosto
que às vezes me digas
que sou teu béguin
Gosto
mas juro e aposto
que é tudo mentira
mas sempre faz bem...
Mesmo que mintas a esmo
E digas a todos o mesmo que a mim
Mente
que eu fico contente
enquanto disseres mentiras assim

O amor é feito de mentiras
e mais ama quem mais mente
Ou melhor souber mentir
Mente, que talvez assim prefiras
através dessas mentiras
O teu peito iludir

Deixa
se um outro se queixa das tuas palavras...
Não sabe o que diz!
Juro
que às vezes te aturo
Porque mentes muito
e me fazes feliz
Quando tu fores cansado
das minhas palavras
dos carinhos meus
Mente, que eu fico contente
em crer que a mentira
a verdade do adeus


 



Renato Augusto - Escritor
pessoa eternamente simpática,
esteve presente ao evento
e vibrou com as músicas apresentadas




(Foto de outro ângulo)
Sandro Rebel, Pimentel
Edel Costa, Gilson Rolim





Ai, que saudade da Amélia
Mário Lago/Ataulfo Alves


Nunca vi fazer tanta exigência
Nem fazer o que você me faz
Você não sabe o que é consciência
Nem vê que eu sou um pobre rapaz
Você só pensa em luxo e riqueza
Tudo o que você vê, você quer
Ai, meu Deus, que saudade da Amélia
Aquilo sim é que era mulher

Às vezes passava fome ao meu lado
E achava bonito não ter o que comer
Quando me via contrariado
Dizia: "Meu filho, o que se há de fazer!"
Amélia não tinha a menor vaidade
Amélia é que era mulher de verdade


 












Alberto Araújo - Mediador do FOCUS



EU ESTIVE LÁ E CLIQUEI TUDO...


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